Quando chega um recém-nascido em casa, tudo é novidade. São muitos medos, angústias, dúvidas. Assuntos como trocas de fraldas, banho, cuidados e higiene são temas constantes nas consultas. Os primeiros resfriados, os primeiros episódios de febre são sempre uma preocupação, inclusive para os pais que não são de primeira viagem.

Conforme a criança vai crescendo, os pais vão aprendendo a lidar com sintomas comuns da infância e tornam-se mais confiantes. Muitas famílias, no momento em que a criança passa dos 2-3 anos de vida, acabam perdendo o seguimento de rotina. Porém, é na consulta de rotina em que são detectados alguns problemas de saúde que podem e devem ser abordados precocemente.

A criança na idade escolar pode apresentar dificuldades no âmbito da atenção, atraso de linguagem, dificuldade escolar, excesso de exposição à telas que muitas vezes, através do olhar dos pais, pode passar desapercebida. O pediatra tem o papel de questionar, avaliar e fazer o diagnóstico precoce de dificuldades no desenvolvimento da criança.

As medidas antropométricas (peso, altura, perímetro cefálico), medida de pressão arterial, avaliação do estágio de desenvolvimento sexual fazem parte do exame físico padrão em uma consulta de puericultura. Avaliar estas medidas, colocando-as em gráficos padrão para idade podem levar à diagnósticos como baixa estatura, baixo peso ou sobrepeso/obesidade, hipertensão arterial, puberdade precoce ou atraso de puberdade. É papel do pediatra o acompanhamento e deteção precoce de possíveis alterações.

Uma vez que a criança atinge a puberdade, surgem muitas mudanças comportamentais e físicas características desta fase. É importante uma avaliação do pediatra para orientar pais e adolescente sobre tais mudanças e possíveis dificuldades. E, ninguém mais apto a fazer esta avaliação que o pediatra que fez o seguimento do paciente por toda a sua infância.